Mafalda foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina (Mafalda) preocupada com a Humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo, apareceram de 1964 a 1973, usufruindo de uma altíssima popularidade na América Latina e Europa.
Mafalda foi muitas vezes comparada ao personagem Charlie Brown, de Charles Schulz, principalmente por Umberto Eco em 1968
Mafalda: A personagem principal, uma menina de seis anos de idade, que odeia sopa e adora os Beatles e o desenho Pica-Pau. Ela se comporta como uma típica menina na sua idade, mas tem uma visão aguda da vida e vive questionando o mundo à sua volta, principalmente o contexto dos anos 60 em que se encontra. Tem uma visão mais humanista e aguçada do mundo em comparação com os outros personagens.
Mafalda, uma garota de seis anos, que surge para colocar o mundo de ponta-cabeça. Ela aparece para desconstruir as visões conservadoras sobre a política, moral, econômica, cultural. O “pai” da menina é o quadrinista argentino Joaquín Salvador Lavado, popularmente comhecido como Quino.
Pelo fato de ser uma menina, e não um menino, Mafalda já começa subvertendo as lógicas do quadrinho e da vida, dando espaço para questões de gênero. Se antes as mulheres eram vistas como coadjuvantes, Mafalda torna explícito o contrário. Ela se transforma num vetor para as idéias que iam emergindo na turbulenta década de 1960 – o feminismo, as questões do chamado “Terceiro Mundo”, os direitos das crianças. Seus questionamentos, suas angústias, pareciam antecipar as problemáticas surgidas com o terror que seria instaurado na argentina dos militares.
Mafalda odeia a injustiça, a guerra, as armas nucleares, o racismo, as absurdas convenções dos adultos e, obviamente, a sopa, como mostram algumas de suas tiras. Seus amores também ilustram o espírito da época: os direitos humanos, a democracia e os Beatles. Ela é uma menina que recoloca questões crucias, numa linguagem radical, de tão simples e aparentemente ingênua; é uma criança que se espanta diante do mundo, não aceita as “normalidades e obviedades” da realidade cotidiana.
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